Como esperávamos haverá segundo turno em Ribeirão Preto. E isso é bom? Não diria bom, mas o menor dos males pois continuaremos na eterna polarização direta versus direita. Na história política de Ribeirão Preto partidos de direita, ou ainda o mesmo partido, revezam a cadeira Executivo.
O cenário político de Ribeirão Preto não é nada animador, temos dois candidatos que representam mais do mesmo. PSDB e PSD, nacionalmente estão do mesmo lado, reparemos no quadro de São Paulo onde José Serra (PSDB) é apoiado pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD) porém em Ribeirão Preto Duarte Nogueira (PSDB) e seu partido se opõem à atual prefeita Darcy Vera (PSD), ex-DEM.
Qual deles é melhor pra Ribeirão Preto?
À princípio nenhum pois, como já disse noutras postagens, ambos não tem abertura para a participação da sociedade civil. Histórico de PSDB e PSD para movimentos sociais é a mais truculenta possível, então fica difícil dizer qual dos dois serão de fato bons para a cidade.
Deixando isto de lado e partindo para uma lógica mais prática podemos pensar que:
- A eleição de Darcy Vera (PSD) será o endurecimento de um governo arbitrário do ponto de vista político pois não há abertura expontânea para a participação popular . E exemplos para isso não falta: Reintegração de posse na Favela da Família (Junho de 2011), aumento arbitrário da tarifa do transporte coletivo (Julho 2012), desinteresse pela realização da Virada Cultural (Maio de 2012), elaboração do Plano de Resíduos Sólidos sem contemplar os catadores de recicláveis da cidade (Julho 2011). Este último, não fosse a pressão popular o Plano sairia sem contemplar os catadores de recicláveis e favoreceria apenas a empresa que fizesse a reciclagem do lixo. E há também a apropriação indevida do atual governo nos conselhos municipais que são entidades autonomas e democráticas pois, em tese, deveria ter maior participação popular que governamental. A atual administração conseguiu tomar conta da maioria destes conselhos e caso se reeleja praticamente engolirá estes espaços.
- A eleição de Duarte Nogueira (PSDB) será um duro golpe para as intenções da atual prefeita e, inesperadamente, será um acontecimento democrático pois a reeleição enfraquece muito o debate político pelo fato de fortalecer um governo que vive apenas de imagens e não de fatos mas isso não desfaz a imagem de partido truculento tanto polticamente quanto socialmente.
Dos 22 veradores eleitos este ano, 16 são candidatos da chapa de Darcy Vera. O que isso poderá respresentar? Ter a maioria no legislativo da cidade faz com que praticamente todos os projetos enviados pelo Executivo sejam aprovados com pouca discussão ou análise. E nada mais democrático do que você ter uma minoria legislativa pois mesmo que projetos sejam rejeitados abre espaço para maior discussão e análise.
Agora teremos de escolher se queremos o endurecimento político que naturalmente ocorrerá caso Darcy Vera seja eleita pois sua base já está bem estruturada no Executivo de Ribeirão Preto. Ou se queremos menos endurecimento político pois Duarte Nogueira terá que começar praticamente do zero para se estruturar na Prefeitura de Ribeirão Preto e esta reestruturação, ou troca de governo, abrirá muitas brechas para apontamentos incisivos dos movimentos sociais em conjunto com a sociedade civil.
blogdoinacio
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
O que as eleições de São Paulo, capital, podem dizer sobre Ribeirão Preto.
Celso Russomano (PRB) está pra São Paulo assim como Dárcy Vera (PSD) está para Ribeirão Preto, a diferença única é que Darcy Vera (PSD) já está institucionalizada, já tá no executivo municipal, Russomano terá chance, praticamente, única de chegar a um cargo executivo. Mas o conservadorismo dela não é diferente de Russomano (PRB), ambos tem a Igreja evangélica dando apoio porém ele não assume e ela faz questão de assumir. E ambos estão na liderança das intenções de voto.
José Serra (PSDB) está pra São Paulo assim como Duarte Nogueira (PSDB) está pra Ribeirão Preto. Ambos são candidatos apenas para o partido não perder a tradição de disputar as eleições, ambos começaram a campanha desacreditado por seus correligionários. A diferença é que Duarte Nogueira (PSDB) tem apoio direto de Geraldo Alckmin (PSDB) já o Serra tem apoio forçado, pois não fosse a cisão entre José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), Maluf (PP) não teria apoiado o PT.
Fernando Haddad (PT) está pra São Paulo assim como Gandini (PT) está para Ribeirão Preto. Ambos são desconhecidos do eleitorado, apesar de Fernando Haddad (PT) ter sido Ministro da Educação, de 2005 a 2012, muita gente na capital desconhece completamente o ex-Ministro. Em Ribeirão Preto Gandini (PT) começou a campanha desconhecido, porém tem tido apoio de marketing bem feito e bem assesorado na campanha, tem feito campanha diretamente na periferia local em que os outros candidatos não conseguem chegar porque não são bem vistos. Gandini (PT) e Haddad (PT), tem subido nas intenções de voto ambos com grandes chances de disputar o segundo turno. A surpresa maior certamente seria em Ribeirão Preto pois Gandini começou descreditado dentro e fora do próprio partido.
Vale lembrar que tirando Dárcy Vera (PSD) e Celso Russumano (PRB), os outros dois prefeituráveis de cada cidade são do mesmo partido.
Em São Paulo Celso Russumano (PRB) é lembrado por muitos que o conheceram como sendo alguém de temperamento forte e intransigente. O que não difere muito da atual prefeita de Ribeirão Preto, quem está (ou esteve) próximo dela sabe o quanto ela é instransigente, mesmo os de fora percebem isto com as inúmeras reivindicações surgidas nos últimos meses na cidade. E ambos fogem da periferia: Celso Russomano (PRB) quer fazer os que moram mais longe pagar mais pelo transporte público em São Paulo, em Ribeirão Preto Dárcy Vera (PSD) até hoje não apareceu na nova Favela Família que se formou após a reintegração de posse truculenta ocorrida em Julho do ano passado.
PSDB dispensa comentários está há 20 anos no governo do estado sustentando o conservadorismo típico paulista(ano), e sendo sustentado.
E o PT apesar dos pesares com Dilma vestindo a carapuça desenvolvimentista a qualquer custo, foi único partido que deu maior abertura aos movimentos sociais, que deu efetividade a políticas públicas que trazem a população para participação em políticas públicas. Fosse um governo, assumidamente, direitista como PSDB, PSD, DEM, PRB não teríamos tanta abertura. E na própria cidade de São Paulo tivemos boas amostras para diferenciar governos que dão menos e mais abertura à população: Um exemplo bem clássico por lá é Luiza Erundina (PT, agora PSB) e Marta Suplicy (PT), ambas em décadas diferentes mas que deram mais atenção à periferia e à participação popular. Já do lado direitista, temos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), este último é bem recente e notório o que tem feito na cidade de São Paulo, bem o oposto das antecessoras. No governo de Kassab (PSD) proibiu atividades artísticas de rua, favelas foram incendiadas (dizendo ter ocorrido acidentalmente) a mais recente, Favela do Moinho, logo após o incêndio teve seu terreno doado a uma empresa para construção de um estacionamento, no começo do mês a prefeitura paulistana proibiu a distribuição, gratuita, de livros na rua por uma ONG.
Querendo, ou não, partidos ditos de esquerda e direita mantém uma lógica que se expressa nos mínimos atos públicos.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Governo pra quem? A mão de ferro de Ribeirão Preto - Parte II
Outra parte do email que recebi sobre a apropriação da Prefeita(ura) nos Conselhos Muncipais de Ribeirão Preto. E a cadê alguma nota na imprensa. Mais que isso pergunto cadê os movimentos de Ribeirão Preto pra protestar contra esta apropriação?
Segue o texto:
A tropa de choque da prefeita Darcy Vera cumpriu direitinho seu papel de reles serviçal de uma administração antidemocrática e anti-cidadã. Presidida pelo Sr. Claudio Henrique Bauso, empregado do Sr. Abranche Fuad Abdo, Secretário de Obras Públicas da dona prefeita, reuniu-se na noite de sexta-feira passada no Centro Cultural Pálace o Conselho Municipal de Cultura, de prazo de validade vencido desde 23 de setembro de 2011 ou de dezembro do mesmo ano.
Um camburão da Guarda Municipal e cerca de cinco guardas municipais foram convocados pela Casa Civil para garantir a segurança da reunião ilegal. A ilegalidade da mesma foi brindada pela presença do Sr. Secretário da Casa Civil, Luchesi Júnior.
Toda a reunião foi gravada, o que provocou enorme desconforto à maioria dos presentes, alguns dos quais exigiram o respeito ao seu direito de uso de imagem e voz. Será devidamente respeitado, mas a gravação poderá constituir peça de comprovação dos fatos, se for exigida pelo Ministério Público e pela Justiça.
O ponto alto da reunião ilegal foi a leitura de uma ata de agosto de 2011, feita pela Sra. Meire Teixeira, mas que não está disponibilizada até hoje no site da Secretaria Municipal de Cultura, como seria normal depois de sete meses passados. A referida ata não vinha assinada por diversos membros do Conselho presentes àquela reunião, nem a lista de assinatura trazia a data em que a ata foi assinada.
A referida ata apareceu para dar o mínimo de credibilidade às duas reuniões da semana (20 e 23 de março de 2011), já que lá pelas tantas afirmava que o Conselho prorrogava seu próprio mandato. Não dizia até quando. Deve ser ad aeternum até as calendas gregas. Per omnia secula seculorum. Não poderia ser até novembro ou dezembro, como se falou em todas as reuniões do Conselho durante o segundo semestre de 2011 e como consta de outras atas disponibilizadas no site da Secretaria de Cultura, pois desta forma não serviria para justificar também a legalidade de duas reuniões em março do ano seguinte. Não poderia ser também uma prorrogação até março de 2012, pois não haveria como se justificar naquele momento uma prorrogação de 23 de setembro de 2011 até março de 2012, sendo que havia a previsão da eleição dos novos conselheiros em novembro ou dezembro de 2012. Falcatrua evidentemente imperfeita. A emenda saiu pior do que o soneto...
PRORROGAÇÃO AD AETERNUM. PER OMNIA SECULA SECULORUM. Esta ata apresentava evidências claras de ter sido forjada, o que prontamente denunciei. E, se tratando de uma peça nula, apócrifa, mentirosa e grotesca, explícita fraude, foi prontamente rasgada. Imediatamente vários conselheiros, de prazo de validade vencido, ameaçaram levar à justiça tamanha ofensa e desrespeito ao prazo de validade vencido.
É isso que nós queremos. Vamos aos tribunais discutir a balbúrdia em que estão vários Conselhos de Defesa dos Direitos e de Políticas Públicas em Ribeirão Preto: Cultura, Condema, Juventude, só para ficar nos últimos na linha de tiro da prefeita Darcy Vera. Se através da negociação política legítima e transparente, é impossível se chegar a qualquer entendimento entre sociedade civil e governo, a saída é judicializar mesmo todo este processo, para acabar com tamanhos desmandos e desatinos. E dar visibilidade necessária e urgente a uma questão tão séria para a Democracia em nossa cidade.
A Sra. Prefeita Darcy Vera tem o costume de batizar a todos nós, cidadãos, como apoiadores ou oposicionistas da sua administração, “nosso pessoal” ou “pessoal contra nós”. Vejam que historinha interessante. Numa reunião com uma comissão do Conselho de Patrimônio em seu gabinete, alguns dias após a eleição dos representantes da sociedade civil para o Conselho de Cultura (os mesmos que ela recusa a dar posse), na maior cara-de-pau, com total desfaçatez, a prefeita inicia a conversa perguntando à Secretária de Cultura, então presente, “como o nosso pessoal foi perder a eleição?”. Isso tudo na frente de umas seis ou sete pessoas que ela certamente imaginava ser também pessoal dela. Esta é a mentalidade política mesquinha da plantonista do Palácio Rio Branco: em vez de escolher bons nomes da administração para representá-la nos diversos conselhos, fica formando chapa para disputar na sociedade civil. Pobre cidade que tem de padecer com este tipo de pequena política.
Mas voltemos à reunião do dia 23 de março. É preciso ficar sabendo o que acontece nos nossos Conselhos. A bola da vez é o Conselho de Cultura. Por 13 votos a 5 a administração da Sra. Darcy Vera conseguiu aprovar nesta reunião ilegal a instalação da Secretaria de Turismo nas dependências do Centro Cultural Palace Hotel.
Irregularidades desta reunião do dia 23 (imaginando que fosse uma reunião baseada na legalidade):1) A ex-presidente Meire Teixeira representa a Sociedade Civil, pelo segmento da Dança, mas exerce cargo de confiança da prefeita como responsável pelo Centro Cultural Pálace, portanto, representa, na verdade, o Poder Público. Deveria ter renunciado à sua condição de conselheira para não ficar nesta situação irregular. Alguém pode perguntar a todo o segmento da Dança em Ribeirão Preto se esta senhora o representa no Conselho de Cultura.
2) O Sr. Valério Diass não trabalha na Secretaria de Cultura há meses. Mas estava na reunião e votou representando esta secretaria?
Observações:1) Este Conselho é composto de 32 membros, conforme publicação no DOM em 23/09/2009, página 2. Dificilmente uma reunião do extinto conselho chegou a alcançar o quórum regulamentar. Esta reunião realizada em 23/03/2012 também não alcançou o quórum mínimo regulamentar, se se levar em conta os membros que não reconheceram a legalidade daquela reunião. Vários representantes da sociedade civil já não comparecem, por considerarem que seu mandato expirou em dezembro.
2) Observar também que membros que se dizem representantes da sociedade civil representam na verdade os interesses do poder público. É o caso, principalmente, mas não só, das instituições de ensino superior, com representatividade artificialmente inflada (8 representantes: ¼ do conselho, um absurdo!). Os representantes deste segmento, na sua grande maioria, só apareceram na primeira reunião do Conselho, há mais de dois anos, para eleger a presidente Meire Teixeira que era da sociedade civil, mas era a candidata da prefeita e do Sr. Luchesi Júnior. Depois, desapareceram.
3) Vários dos membros que estiveram nesta reunião do dia 23/03/2012 são evidentemente faltosos na maioria das reuniões que aconteceram durante os dois anos de mandato e já teriam, pelo regimento interno, perdido a sua representatividade, mas nada a respeito foi encaminhado pelos presidentes do Conselho (Meire Teixeira e Claudio Bauso). Basta verificar isto nas listas de presença das referidas reuniões. A maioria que esteve presente nestas reuniões dos dias 20 e 23 de março apenas compareceu por uma ordem da prefeita, principalmente os membros do Poder Público. Tudo isso demonstra claramente que este conselho já se extinguiu na prática, por inanição, até independentemente da questão legal.
4) A estratégia desta administração para sufocar os Conselhos de Defesa dos Direitos e de Políticas Públicas é justamente provocar o seu esvaziamento. E este esvaziamento se torna evidente com a falta de quórum nas reuniões, principalmente pela maioria dos representantes do Poder Público. O Sr. Luchesi sabe muito bem disso e exatamente por isso defende fervorosamente a paridade da representação do Poder Público e da Sociedade Civil. Não existe nenhuma exigência legal para que haja paridade ou não nos conselhos. Depende de cada situação específica. Depende da história e da dinâmica de cada um. Depende da negociação, do entendimento legítimo e transparente. Mas agora, o Sr. Luchesi se arvora em descer goela abaixo a paridade, inclusive mandando alterar a legislação com a indicação de órgãos do poder público sem nenhuma afinidade com determinados Conselhos, com a desculpa de se alcançar a paridade. Quis enfiar a FIPASE e a FORTEC no Conselho de Cultura. Fez o mesmo recentemente na eleição do CONDEMA. É a clara política de matar os conselhos. E depois ainda tem a cara de pau de afirmar na reunião ilegal do dia 23 que “esta administração respeita todos os conselhos”.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Governo pra quem? A mão de ferro de Ribeirão Preto - Parte I
Recebi por email hoje (26/03/2012) um relato bem interessante sobre a forma como a Prefeita(ura) de Ribeirão Preto (des)governa.
Segue o relato:
Aconteceu ontem à noite (19/03/2012) uma deplorável reunião do “Conselho Municipal de Cultura”. Esta reunião só aconteceu por violenta pressão do governo Dárcy Vera que quer a todo custo transferir a Secretaria de Turismo para as dependências do Centro Cultural Palace. Acontece que, por lei, esta decisão cabe ao Conselho de Cultura que já se manifestou por três mandatos consecutivos sua posição contrária a ida de qualquer estrutura administrativa para aquele espaço, sendo reservado tão somente para atividades dos grupos e segmentos culturais e artísticos da nossa cidade. Já existe até um regimento interno aprovado neste mesmo sentido.Foi uma reunião ilegítima, irregular e ilegal de um conselho que já teve seu mandato expirado há muito tempo. A prefeita quer passar o trator sobre a sociedade civil e não pensa duas vezes para praticar diversos atos ao arrepio da lei, e tratar com cinismo e deboche os valores da democracia.Ocorre que o “Conselho” que se reuniu ontem à noite, praticamente apenas com representantes do governo (aparaceu capa preta que nunca havia aparecido por lá) já não existe mais. Teve seu mandato prorrogado de agosto até dezembro. Não houve nenhuma outra prorrogação de mandato. Em dezembro, houve a eleição democrática, inovadora e aberta dos novos conselheiros da sociedade civil. O grupo derrotado, organizado pela prefeita e liderado pela famigerada Silvia Seixas, de uma capivara do tamanho de um bonde (somente a prefeita e o Sr. Luchesi que desconhecem isso), entrou com recurso na Secretaria de Cultura. Para tumultuar o processo, a prefeita determinou à Secretária de Cultura, Adriana Silva, que mandasse o recurso para o Ministério Público, em vez de devolvê-lo ao grupo derrotado. Mas um recurso enviado ao Ministério Público não impede a posse do novo Conselho.Desde dezembro a prefeita se recusa a dar posse ao conselho eleito. Neste meio tempo faz uma ameaça gravíssima: tenta aprovar na Câmara alterações na Lei do Conselho de Cultura para retirar dele seu poder deliberativo. Sem deliberar, um Conselho é apenas um fantoche, espaço de debates e não poderá mais interferir diretamente nos desmandos da Prefeita ou de seus Secretários.Mas a prefeita ainda tinha outro motivo muito especial para não dar posse ao conselho democraticamente eleito. Neste meio tempo, a prefeita quer descer goela abaixo de um conselho que já não existe mais a ida da Secretaria de Turismo para o Palace. Ela deseja retirar legitimidade de onde não é mais possível fazer isso. Só mesmo um governo tresloucado como esse...
Temos acompanhado as ações do governo Dárcy Vera para desarticular e/ou controlar diretamente os diversos Conselhos de Defesa de Direitos de nossa cidade. Para que a gravidade da questão fique clara para todos, é preciso lembrar que os Conselhos são uma conquista democrática da sociedade civil que, após a ditadura militar, desenvolveu mecanismos para que os governos fossem equilibrados e tivessem que definir as políticas públicas abertamente e em conjunto com a população!Os conselhos atuam para que governantes não cometam excessos, ou para que não desprezem as demandas e necessidades legítimas dos cidadãos e cidadãs, impedindo que as decisões se voltem para interesses corporativos, pessoais ou partidários, por exemplo. Por isso, os Conselhos precisam ser formados por representantes dos mais diversos segmentos da sociedade e também do governo, a fim de garantir deliberações éticas, equilibradas e harmônicas que considerem e respeitem a diversidade e a complexidade de cada questão em pauta.Mas governos centralizadores e inseguros, como o da Sra. Dárcy Vera, não gostam de conselhos democráticos e tentam burlar as leis e a Constituição Federal, usando diversas manobras, tais como: a tomada da presidência e dos cargos de diretoria para o governo, redução do poder de voto da sociedade civil; o aparelhamento das cadeiras governamentais por funcionários públicos distantes do poder de decisão e que, por isso, votam sem refletir, apenas obedecendo ordens de seus superiores; as alterações dos Regimentos e Leis dos Conselhos na calada da noite, sem aprovação de todos os seus membros; a eleição de membros da sociedade civil compromissados com o governo e, portanto, desleais a seus propósitos; ou a criação de Conselhos pró forma, com disparidade na quantidade de representações governamentais e da sociedade civil, entre outras artimanhas.Em nossa cidade, esse tipo de ações já ocorreu antes, mas nunca com tanta agressividade como no governo da prefeita Dárcy Vera! O primeiro golpe veio contra o Conselho Municipal do Meio Ambiente que, em 2009, teve sua presidência tomada pelo Secretário Municipal da pasta. No mesmo ano, ocorreu praticamente o mesmo com o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. Em 2010, houve a criação do Conselho LGBT, já sob a presidência do governo e com imenso desequilíbrio com relação à sociedade civil. O último a ser golpeado pela prefeita foi o Conselho de Juventude. Mais recentemente, houve tumulto na eleição do CONDEMA quando entidades da sociedade civil mobilizadas pela prefeita e por sua Secretária do Meio Ambiente se cadastraram irregularmente para participar da votação do conselho.Agora, a voracidade ditatorial do governo Dárcy Vera voltou-se contra o Conselho Municipal da Cultura. Dona prefeita, estamos atentos! Vamos levar esta denúncia a diversos fóruns a partir de agora. O primeiro será a 1ª Conferência Estadual da Transparência e Controle Social.
Professor Lages *
*Eleito conselheiro do Patrimônio Histórico e Cultural
terça-feira, 20 de setembro de 2011
O que temos de melhor para Ribeirão Preto?
A matéria da Revista Veja, edição de 2235, que traz a Prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera em duas páginas foi vergonhosa para a Prefeita e para revista (que está acostumada a vexames) mas pior ainda foi para a cidade de Ribeirão Preto pois nossa reputação não tem sido boa na mídia: Caso Palocci, caso Wagner Rossi, reintegração de posse e agora a "Penélope Charmosa da política".
Especificarei as vergonhas apontadas:
Vergonha para a Prefeita pois caiu em sua própria vaidade ao fazer uma foto deitada num canavial rodeada de acessórios cor-de-rosa que fazem alusão à seu gosto excessivo pela cor. E a foto parecia mais uma revista de fofoca (Caras, Contigo e afins) do que uma revista de política e nisto é que consiste, também, a vergonha da Veja (mas a Veja sempre se presta a este serviço quando não tem o que falar) . No decorrer da matéria é notório que intuito da revista é ridicularizar a Prefeita e isto fica evidente no final da matéria:
E se aproveitando da escassez de opções e do amadorismo percebe-se nitidamente que a matéria da revista foi para preparar terreno para algum candidato do PSDB em Ribeirão Preto:
Especificarei as vergonhas apontadas:
Vergonha para a Prefeita pois caiu em sua própria vaidade ao fazer uma foto deitada num canavial rodeada de acessórios cor-de-rosa que fazem alusão à seu gosto excessivo pela cor. E a foto parecia mais uma revista de fofoca (Caras, Contigo e afins) do que uma revista de política e nisto é que consiste, também, a vergonha da Veja (mas a Veja sempre se presta a este serviço quando não tem o que falar) . No decorrer da matéria é notório que intuito da revista é ridicularizar a Prefeita e isto fica evidente no final da matéria:
"Dárcy ainda não tem muita intimidade com os fundamentos clássicos do liberalismo, por achar 'que livre-iniciativa significa uma forma de sucesso da pessoa em ter iniciativa pessoal para subir' e vacila quando instada a analisar as vantagens de um estado menor e mais eficiente. 'Não entendi...Menor que o estado de São Paulo? Isso é pegadinha?'"A maioria das pessoas que conversei e que leram a matéria, ou só viram a foto, sentiram-se envergonhadas. E não é pra menos, a cidade de Ribeirão Preto com 600 mil habitantes, 3ª mais populosa do interior paulista, para sua grandeza, tem uma representante do Executivo muito aquém do que a cidade precisa e pior, não há opções na cidade e por isso ela se sobressai.
E se aproveitando da escassez de opções e do amadorismo percebe-se nitidamente que a matéria da revista foi para preparar terreno para algum candidato do PSDB em Ribeirão Preto:
- Primeiro, a Veja é reduto de muitos tucanos (PSDB) basta ver as principais capas do últimos 10 anos para perceber o quão tendenciosos são.
- Segundo, os políticos que foram citados na matéria são todos do PSDB: Welson Gasparini (ex-prefeito) e Silvana Resende atual vereadora da cidade. Os dois corroboraram para a desconstrução da atual gestão.
- Terceiro, aventa-se na cidade a possível candidatura de Duarte Nogueira, atual líder do PSDB na Câmara Federal e que conta com alguns, consideráveis, eleitores herdados de seu pai. Já foi candidato à prefeito em Ribeirão Preto foi para segundo turno porém não ganhou, perdendo o pleito para Antonio Palocci.
Como Ribeirão Preto é uma cidade com grande potencial de desenvolvimento e, apesar das maculações recentes, tem renome no cenário nacional. O PSDB tentará se firmar mais ainda no estado de São Paulo indo para o interior já que tem o nome de Eduardo Cury na Prefeitura de São José do Campos, 2ª maior cidade do estado (fora da região metropolitana). Ribeirão Preto seria estratégico assim como Campinas e, logicamente, São Paulo porém com algumas dificuldades pois haverá o PSD e o PT que é o maior adversário político do partido no país. Em Ribeirão Preto a situação é muito tranquila se conseguirem continuar desconstruindo a imagem de Dárcy Vera pois não há candidatos de renome como Duarte Nogueira e, ao contrário do que acontece em âmbito nacional, o PT em Ribeirão Preto está enfraquecido desde a saída de Antonio Palocci para a coordenação da campanha eleitoral de Lula em 2002, que controlava o partido. Terão como candidato a prefeito para as eleições de 2012 o nome de João Gandini, juiz de Direito aposentado, que tem trabalho social de legalização de moradias irregulares porém não inspira confiança e ainda é desconhecido da maior parte da população riberopretana apesar de várias aparições em emissoras de TV local, isto se o PT não barrar a cadidatura do juiz aposentado por ter julgado processo contra o ex-prefeito petista conhecido como "molho de tomate com ervilhas".
Fora Gandini, não haverá nome que poderá ser alternativa a Dárcy e Durte, nenhum dos três tem perfil de candidato para desenvolver Ribeirão Preto e não ficar atrelado à oligarquia riberopretana. Os três encenam mais do que age.
Dárcy Vera faz propaganda de estado e se promove por tabela. As obras anti-enchentes começaram na administração anterior e ela usa como se fosse iniciativa de sua administração. Na saúde pra abafar a ineficiência das UBDS e a falta de médico para atendimentos, transformou o Hospital Santa Lydia em Hospital Municipal. No Transporte coletivo elaborou nova licitação como se fosse algo de livre iniciativa, porém ninguém diz que isto só está ocorrendo por exigiência do Ministério Público Estadual em ter uma nova liticatação devido à irregularidades na concessão de linhas às permissionárias na gestão de Luiz Roberto Jábali (PSDB), já falecido, e como presente da prefeita à população no inicio de Agosto ocorreu aumento da tarifa do Transporte Coletivo de R$2,40 para R$2,60. Na habitação para desvincular a imagem de sua ausência na reintegração de posse na favela da Família construiu o conjunto habitacional Wilson Toni para abrigar os moradores das favelas Brejo, Vila Elisa e Zanetti sem o consentimento das famílias e que agora tem problemas de adaptação com ameaças de multas por usar alambrado como varal na falta de espaço e que segundo grupos sociais ligados à habitação popular as casas estão fora do padrão minímo do Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal. Estes fatos servem de roteiro para encenação das eleições de 2012. E o riberopretano que, em sua maioria, pouco liga para a política regional gosta da peça.
Já o candidato Duarte Nogueira encena melhor que Gandini mais pelo renome político que pelo projeto em si. Gandini apenas aproveita que a habitação tem sido discussão na cidade para se promover e com isso conseguiu atrair o PT, que está perdido na cidade desde o abandono de Antônio Palocci. Duarte Nogueira é mais experiente e por isso é o único que tem cacife pra enfrentar Dárcy nas eleições municipais de 2012 apesar de terem a mesma linhagem ideológica, PSDB e DEM, há tempos são oposição em Ribeirão Preto e nisso quem perde é a população que não vê a cidade sair do eixo ecônimico comércio-serviços-usinas e nisto quem se beneficia é apenas a oligarquia da cidade são eles que elegem, indiretamente, e acabem mandando na cidade mais que o Executivo municipal e este quadro está longe de se reverter.
Há também a possibilidade da candidatura de Baleia Rossi, filho de Wagner Rossi ex-ministro da Agricultura, sair a como candidato à prefeito. Históricamente o PMDB em Ribeirão Preto sempre esteve ao lado DEM e sempre coligado, no estado, ao PSDB porém com a morte de Orestes Quércia pode ser que mude este quadro pois Baleia Rossi assumiu a presidência estadual do partido. Saindo como candidato ou não ainda estaremos mal de opção, os três (Duarte, Baleia e Dárcy) atendem aos interesses da oligarquia riberopretano enquanto isso ficamos à espera de alguma mudança de cena no teatro político já carimbadas de Ribeirão Preto.
Infelizmente o futuro político de Ribeirão Preto não é nada otimista.
Há também a possibilidade da candidatura de Baleia Rossi, filho de Wagner Rossi ex-ministro da Agricultura, sair a como candidato à prefeito. Históricamente o PMDB em Ribeirão Preto sempre esteve ao lado DEM e sempre coligado, no estado, ao PSDB porém com a morte de Orestes Quércia pode ser que mude este quadro pois Baleia Rossi assumiu a presidência estadual do partido. Saindo como candidato ou não ainda estaremos mal de opção, os três (Duarte, Baleia e Dárcy) atendem aos interesses da oligarquia riberopretano enquanto isso ficamos à espera de alguma mudança de cena no teatro político já carimbadas de Ribeirão Preto.
Infelizmente o futuro político de Ribeirão Preto não é nada otimista.
Assinar:
Postagens (Atom)